VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA CONJUGAL
- Alisson Lima - Psicólogo Clínico
- 27 de abr. de 2016
- 4 min de leitura
Meu relacionamento sofre deste mau contemporâneo?

A violência psicológica é considerada um problema cultural que atinge em média 70% das famílias brasileiras e de outros países. Isso acontece devido a banalidade que é dada a este assunto importantíssimo. Trata-se de um ato destrutivo que pode comprometer a autonomia, a iniciativa, a coragem e principalmente a auto-estima da pessoa que sofre esse tipo de violência.
Muitos são aqueles que acreditam que "brincadeiras" como as de apelidar, fazer chacotas, "tirar sarro", bem como fazer com que alguém se sinta diminuída lhe dando uma sensação de incompetência pessoal é menos agressivo que a agressão física propriamente dita. Por incrível que pareça, a maior parte dessas agressões nascem no nosso próprio lar, independente de raça, classe social ou religião.
"Uma maneira brutal de marcar uma pessoa com cicatrizes que podem nunca sarar, uma atitude capaz de anular o outro na sua condição de sujeito"

Quando se trata desta violência existente na relação conjugal, o homem costuma exercer a violência psicológica pela dominação e opressão física da mulher; e a dominação feminina pode ser praticada pela desqualificação das competências sexuais e profissionais do homem. O casal se torna mais propenso a apresentar este tipo de comportamento quando encontram-se em momentos de dificuldades financeiras, desestruturação familiar e outras situações de crise.
E agora! Meu relacionamento apresenta sintomas de violência psicológica? O que leva uma pessoa a apresentar instabilidade no humor, comportamentos agressivos, espancamentos, brigas, etc?
O casamento ou a vida conjugal na atualidade, vive em um mundo de muita agitação, no qual, as responsabilidades são atropeladas pela intolerância. São vários os fatores que representam quando o casal pode desenvolver à ação violenta: falta de respeito, fadiga, irritação com qualquer coisa à nossa volta, sobretudo com o outro, iminência da violência, incompatibilidade e o cultivo de sentimentos negativos são sintomas de que algo não está indo muito bem na relação. Estes são comportamentos que podem deflagrar tanto manifestações de violência física quanto psicológica ou ambas.
Quando falamos de relacionamento, o casal traz para a união duas histórias de vida distintas, duas percepções, modos de agir diferentes e duas identidades individuais que na relação determinam se viverão em tranquilidade ou violência. É importante saber que em qualquer relação existirá momentos de satisfação e de conflitos, que de fato faz parte da condição humana. O relacionamento pode ser bem sucedido ou não dependendo da forma como um lida com as diferenças do outro.
"A violência psicológica é uma forma de brutalidade que atinge o autoconceito, a autoimagem e a autoestima de alguém."
Quando um casamento ou relacionamento violento é instaurado, as consequências deste elo doente pode ser fortemente impactante da vida da pessoa, tanto daquele que sofre quanto na de quem abusa.
O papel do psicólogo na reestruturação da cultura conjugal em momentos conturbados em que existem evidencias de violência psicológica é fundamental, sendo a psicoterapia familiar e/ou de casal a mais indicada. Muitos pensarão que o parceiro é frio ou intolerante para aceitar fazer psicoterapia, porém antes de concluirmos que nosso parceiro(a) não irá se interessar, pense no quanto a violência psicológica afeta ambas as partes. Ninguém em sã consciência escolhe viver essas fazes por opção, então, se existe uma maneira de resolver um problema, proponha e permita que o "outro da relação" também possa participar desta decisão.
A psicoterapia pode oferecer diversas ferramentas para restaurar a tranquilidade que foi perdida na relação, se você sofre com esta realidade e está inseguro(a) sobre os resultados de um processo psicoterápico, converse com nosso psicólogo.
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Normalmente pessoas que se comportam desta forma em seus relacionamentos, tiveram uma ruptura significativa na sua estrutura familiar e de desenvolvimento em sua infância. O que explica (mas não justifica) os atos violentos, uma vez que em sua infância, a violência foi o comportamento mais presenciado pelo mesmo, podendo ele ter sido atingido por essa violência diretamente ou presenciando-a.
Se possível converse com seu parceiro(a) que demonstra esse tipo de postura, ajude-o a compreender o conceito de empatia e compaixão, pois serão seus filhos que se prejudicarão vivendo em um ambiente inapropriado para o desenvolvimento psico-motor-social.
Se alguma das partes reconhece essa postura agressiva em seu comportamento, é uma boa hora de procurar ajuda psicológica, pois não existe nada melhor do que viver em tranquilidade e plenitude com a pessoa que escolhemos para compartilhar nossa vida.
Se você mulher acredita que está sofrendo de violência psicológica, saiba que a Lei Maria da Penha (Lei nº. 11.340/06) tipifica a violência doméstica e familiar; estabelece as formas de violência doméstica contra a mulher como física, psicológica, sexual, patrimonial e moral, garantindo sua segurança e dignidade.
Sofrer violência psicológica causa a "desnutrição psicológica", fazendo com que a pessoa deixe de cuidar de si, afastando a sua necessidade de ser amada e reconhecida por outros, ou seja, lhe torna cada vez mais fria a apática em relação ao relacionamento humano.
E por fim, saiba que tanto no casamento formal quanto nos arranjos conjugais estáveis, as interações carinhosas e os sentimentos de amor resultam em uma vida mais feliz e plena, e isso você merece!
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